domingo, 10 de julho de 2011

Fez-se Mar...

Fez-se Mar

Los Hermanos

Fez-se mar,

Senhora o meu penar

Demora não, demora não

Vai ver, o acaso entregou

Alguém pra lhe dizer

O que qualquer dirá

Parece que o amor chegou aí

Parece que o amor chegou aí

Eu não estava lá, mas eu vi

Eu não estava lá, mas eu vi

Clareira no tempo

Cadeia das horas

Eu meço no vento

O passo de agora

E o próximo instante, eu sei, é quase lá

Peço não saber até você voltar

(Marcelo Camelo)

http://www.youtube.com/watch?v=198XE2kIuVo

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Diário, registro cotidiano

Tão importante quanto a chegada, é o caminho percorrido até ela.

Tão importante quanto a conclusão de nossos projetos, é o processo pelo qual passamos durante sua realização.

Atingir objetivos propostos, o sentimento de missão cumprida, concluir, finalizar algo, proporcionam um prazer imensurável. No entanto é no caminho, ou seja, durante o processo, que o aprendizado se dá de maneira efetiva, na superação diária de obstáculos, no enfrentamento das dificuldades, nos conflitos com o outro, ás vezes avançando em outras retrocedendo, mas sempre em movimento, de maneira plena e dinâmica.

Muitas vezes estamos tão imersos em determinado processo que não nos damos conta da sua importância, das pequenas belezas e da sua riqueza cotidiana, pois são efêmeras, momentâneas, acontecem sem avisar, sem esperar serem anunciadas, assim sendo, a maneira mais eficiente de tentar capturá-las é por meio de um registro cotidiano e disciplinado, certamente não será possível registrar tudo, em sua plenitude, mas confiar única e exclusivamente na memória, não é muito seguro. Um bom exemplo disso é a riqueza da história escrita, sua força, permanência e poder de disseminação, contrapondo com a histrória oral, que apesar de sua importância cultural, muito dela se perdeu.

Ressaltamos aqui a eficiência dos diários, como boa fonte de registro, por ser cotidiano e disciplinado, não hierarquiza os fatos, ou acontecimentos de acordo com um julgamento de valor, não é criada nenhuma expectativa em torno disso ou daquilo, pois cada dia é uma experiência única, em um dia comum, ou até cinza e frio, sem nenhum brilho especial, pode acontecer algo surpreendente, capaz de mudar toda a dinâmica em curso até aquele dado momento. Se não houvesse o diário este acontecimento poderia ser perdido, ou registrado de maneira diferenciada, com um juízo de valor pré estabelecido.

Somos gratos a todas aquelas pessoas que, generosamente, dividiram suas histórias pessoais conosco, humanizando e tornando-as um pouco nossas também, por meio de seus diários, comungamos com elas o desejo de dividir nossas alegrias e tristeza, vitórias e derrotas, e acima de tudo o caminho percorrido para alcançá-las, o trabalho cotidiano de cada um, com toda sua riqueza, beleza e potência, através do nosso DIÁRIO, fazendo da MINHA, da SUA a NOSSA história.

Eliane Neres

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Terceiro Capítulo do Livro "Ator e Método", de Eugênio Kusnet

"A capacidade de usar a visualização é primordial na arte de teatro"

No palco devemos agir em nome do personagem, mas para que isso aconteça, é necessário saber quem é o personagem, quais são suas características. Stanislavski denomina de "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" que significa a realidade da vida do personagem, a "verdade cênica".
Uma simples omissão das "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" pode mudar todo o sentido de uma cena, ou até mesmo o espetáculo inteiro, no livro Kusnet conta uma história que aconteceu com Stanislavski, em um dos papéis que ele fazia, ele era o administrador de uma fazenda, e assim se vestiu, como um homem do campo, quando seu diretor viu, ficou indignado, pois Stanislavski tirou suas próprias conclusões do personagem, então seu diretor lhe mostrou outro trecho no texto, em que dizia para endireitar a gravata fina, e percebeu que de camponês o personagem não tinha nada. Isso aconteceu pois ele deixou de completar as "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" com a sua imaginação.
Stanislavski oferece um elemento do método que ele chama de o mágico "SE FOSSE". Mas porquê Stanislavski chama de mágico? Bem, "SE FOSSE" é mágico, pois de alguma forma desperta a VONTADE DE AGIR, assim as "Circunstâncias Propostas" acabam sendo completadas com a nossa imaginação, presumindo assim, a aceitação simultânea da realidade - "eu o ator que sou", e do imaginário - "o personagem que, o ator, poderia ser".
Imaginar significa ver de maneira mais palpável o que nos foi dado pelas "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS". Se eu te perguntar, o que você faria se fosse a pessoa mais milionária do mundo? Certamente você vai imaginar o que faria, e assim, vai estar fazendo uma "visão interna", que Stanislavski chama de VISUALIZAÇÃO. Então ao fazer as "circunstâncias propostas" e de usar usar o mágico "se fosse", você estará fazendo uma "visualização".
Ruth Lacerda