domingo, 10 de abril de 2011

Minha Semana!


Chego em casa no domingo, olho pro relógio "Nossa já são duas horas da tarde... nem percebi"
Tomo um banho relaxante. "Que delícia" como a comidinha deliciosa e caseira, da mamãe ou do papai, ou dos dois. Passo um tempo 'navegando na net', curtindo, comentando, postando e baixando fotos, mantendo a conversa com os amigos, tentando bater um record no Guinnes Book, rs... Algumas vezes perco um pouco de tempo na tv - e quem não faz isso? Pelo menos por uma meia hora, hein??
Bom... hora de descansar, pois a semana começa, mais uma vez.
Acordo cedo, trabalho, almoço, estudo. Saio cedo de casa e chego tarde, tomo um banho antes de sair e outro ao chegar pra poder ir pra cama, dormir, acordar e começar tudo de novo.
Minha semana passa voando, porém as horas mais duras do dia tendem a se arrastar pelo tempo. Tempo esse que é salvo pelos e-mails - às vezes úteis, às vezes bobos - mas que enchem meu dia de sorrisos, largos, abertos, iluminados, ah e muitos Bons Ventos!
Combinando peças, saídas, passeios, visitas, aniversários surpresas, trabalhos, performances... TRABALHOS??? PERFORMANCES??? Pois é... já é sexta-feira e o que faremos???
Então chegamos no sábado cheios de idéias, mas ainda nenhum ensaio e passamos o dia criando, conversando, rindo, discutindo, brigando, ensaiando, cantando, gravando, assistindo, rindo mais um pouco... pronto! Tudo pronto pra domingo!
O Domingo chega e o que vem por ai é mágico, não dá pra descrever. Só sei que tem abraços, quantos? não sei! Tem beijos, quantos? não sei! Tem comida, quantas? não sei! Surpresas, visitas, cantorias, danças, fotos, diversão! Muita coisa boa... boa demais!
Mas isso não dá pra contar... nunca é igual!
Ai Chego em casa, olho pro relógio "Nossa já são duas horas da tarde... nem percebi"
E começa tudo de novo, na espera de um novo domingo, onde nada será igual!

Essa é a minha semana... qualquer semelhança, é mera coincidência!

Bons Ventos!

Imagem retirada de: http://blogaamao.blogspot.com/2010/12/correria-hoje-calmaria-amanha.html

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Linguagem da encenação Teatral Cap. VI: A organização teatral na França

Fonte: jornalcidade.uol.com.br
Neste ultimo, e não menos importante capitulo do livro estudado, venho retratar toda a trajetória que a França teve para traçar seu plano teatral. Vários nomes e grupos formam o cenário teatral francês, porém o mais importante neste caso para nosso estudo é exatamente o geral da história, sem muito ater-se às datas e nomes. Ate porque para se retratar todo o caminho do teatro na França seria preciso da visão sociológica - do público - e da visão política do país.

"O teatro não é, nem de longe, um espaço fechado e independente das contingencias e das opções políticas ou econômicas.” – (visão econômica)


Em 1910, Firmin Gémier (ator e diretor, 1869-1933) percebeu que o teatro estava sendo feito para um único publico, e resolveu levar seu Teatro Nacional Ambulante para o publico que não tinha o acesso. Sua iniciativa foi interrompida a principio, mas em 1920 o mesmo foi nomeado diretor de um Teatro Popular de Trocadéro que conduziu até 1933.Após essa data o teatro ficaria em silêncio em questão de inovação.

A expressão teatro popular surgiu em 1951 com Théâtre National de Vilar (Diretor, produtor e ator, 1912-1971) que era uma arte que propunha um desconto no ingresso pra seu novo publico - o de massa - pudesse ter acesso e também no que se referia qualidade de encenação já que tinha como ponto de referência a Comédie-Fraicaise. A vantagem do teatro popular: um teatro totalmente acadêmico e inofensivo politicamente.

Em 1950, os atores aceitavam as limitações do palco italiano, ainda que por vez, era preciso adaptá-lo, já o teatro popular deveria ser feito onde esta o povo: na praça, locais de trabalho, nas ruas, tinham que ser levado às pessoas, Milton Nascimento já poetizara essa idéia: “O artista deve ir onde o povo está.
Bertolt Brecht (dramaturgo, poeta e encenador alemão, 1898-1956) também defendeu a idéia do novo teatro popular sendo ele proletariado (feito para o trabalhador, que claro, até então era limitado no que diz respeito às grandes salas de teatro). Sendo assim, queria levar a certo numero de pessoas teatro.
Os “atores” da geração de 68 colocavam-se como amadores, ou melhor, militantes e não mais como profissionais como acontecia com seus antecessores. Isso porque as pessoas da época queriam revolução, senão feita pelo teatro, ao menos com sua ajuda. Queriam mostrar a arte, pelo prazer e por uma causa.


A principal diferença entre o teatro popular e o teatro “não-popular” é que o primeiro glorifica aos grandes grupos composto pela massa, enquanto instrumento de luta, enquanto o segundo privilegia às grandes historias, aos heróis, e faz-se de tudo para que seu publico admire sua obra.
Vilar em 1964 proclamou: “Trata-se, portanto, de fazer uma boa sociedade depois disso faremos um bom teatro.”

André Benedotto (sem registros), 25 anos mais tarde, proclamou seu “desejo de praticar o texto com o objetivo de criar uma sociedade na qual cada um fará o seu teatro”. Isso explica porque há tantos grupos de teatro hoje em dia. Outras pessoas entraram no clima do teatro-social, entre elas, Jean-Paul Wenzel (sem registros) que se baseou no tema e fez uma peça. E ate hoje grupos vêm fazendo trabalhos se baseando nesse tema.

A dramaturgia passa a ser feita por grupos de pessoas, em outras palavras a criação coletiva, que sugere um texto mais leve, flexível, livres e ao mesmo tempo menos sofisticados. Para os grupos condiz uma arte menos convencional. Uma apresentação, mesmo num teatro não é o objetivo final, mas sim uma forma ganhar dinheiro e publicidade. Cada ator tinha por obrigação fazer criação de seu personagem ou dos seus personagens. É o ator que faz todo o trabalho da criação da personagem levando em conta todas as situações vividas e personalidades conhecidas por ele.

A França possuiu quatro teatros nacionais, 19 centros dramáticos e mais ou menos 300 companhias regulares. Esses grupos sobrevivem em situação precária, pois não possuem recursos próprios e eles têm o medo do fracasso artístico. Os “funcionários” são contratados temporariamente, pois seus “empregadores” não podem empregá-los por muito tempo.

As peças de teatro sempre foram concorrentes dos programas de TV, cinemas, fins de semana passados em casa, etc. No entanto, em 1978, o orçamento nacional do teatro elevou-se em 187 milhões de francos. Atividade cultural sem rentabilidade, o teatro constitui uma das profissões mais ameaçadas em período de crise econômica.

Em 1977, as estatísticas apontavam que 6 mil atores dramáticas o que equivaleria a 80% deles estavam desempregados. Segundo o sindicato Frances dos Artistas - interpretes, o tempo médio de trabalho de cada profissional seria de 6 dias por mês. O que hoje acontece é que para se valer dessa arte, muitos jovens atores recorrem a outro oficio, que eles possam garantir mais rentabilidade financeira. Nem sempre os novos atores, diretores e grupos teatrais conseguem grandes salas de teatro para suas apresentações, fazendo surgir assim os chamados Cafés-teatro, onde sua fachada propõe um ambiente de intimidade e de consumações. E ao fundo, acontece o espetáculo – os artistas eram desconhecidos. Um dos problemas deste pseudoteatro, é que os atores pelo espaço reduzido com relação às grandes salas, eram obrigados a diminuir personagens e os equipamentos mínimos para suas apresentações.

Em 1968, Vilar convidou Maurice Bejat (mímico e bailarino) para uma apresentação no que hoje chamamos de Musical. O crescente sucesso de varias companhias francesas provocou paradoxalmente o declínio e a morte do Teatro das Nações, mas também sua ressurreição
Jean- Louis Berrault em1968, recebeu a difícil tarefa de reduzir o numero de grupos dos Festivais. Ele se baseou em duas panorâmicas: independência da conjuntura política e mais exigente do plano artístico (só os grupos bons).

O Teatro das Nações era acolhido por uma capital francesa diferente, em cada edição do Festival.
A primeira geração do Teatro Popular, a pós-guerra, da qual Vilar foi patrono se concretizou tendo como oposição as formas burguesas e comerciais do teatro.

A geração de 60 usava a violência no palco para denunciar a violência na vida real. Já a década de 70, era o oposto: interessava-se mais pelos disfarces da violência, por tudo aquilo que a torna invisível e insípida, a tal ponto que , antes mesmo de denunciá-la, torna-se necessário identificá-la debaixo das dissimulações e das maquiagens que ela usa”

“Depois de nós, o dilúvio?”
Não se pode, em todo caso, deixar de compreender a atual perplexidade dos artistas e teatro.

Michael Leandro Anjos