terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quinto Capítulo

Visualização das Falas

Conforme vimos nos capítulos anteriores, os meios de contato e comunicação foram divididos em: mentais e físicos, neste capítulo abordaremos um meio físico, a PALAVRA, e para tanto falaremos antes da FALA, o que dentro do Teatro Falado, é de fundamental importância, para tanto é necessário entendermos o funcionamento da fala.

Antes de falarmos, de pronunciarmos a PALAVRA, nós imaginamos o que vamos dizer, primeiro criamos uma imagem, e só depois transformamos essas imagens em palavras, por meio da fala. O que significa dizer que a imagem mental antece a fala.

Em um diálogo temos a fala do outro e a nossa fala, primeiro ouvimos uma combinação de sons, as palavras, em seguida elas se transformam em imagens no nosso cérebro, então “processamos” e só então é que falamos, o que significa enfatizar que antes de falarmos, nós imaginamos.

No teatro não deve ser diferente, pelo contrário, “...ação provoca uma reação”, quando o ator vai agir por meio de falas, ou seja em um diálogo, antes de falar, deve primeiro ouvir o que o outro disse, formar uma imagem a partir da fala do outro mentalmente, e só então começar a falar, “assim a ação de falar em teatro será uma ação humana”.

Temos aí o método de VISUALIZAÇÃO DAS FALAS, que consiste em o ator pensar como se fosse o personagem, antes de começar a falar e ouvir, antes de responder uma pergunta, etc.

Em alguns momentos durante uma cena, uma simples distração poder fazer o ator se esquecer desse detalhe tão importante, parece simples, mas é muito comum o ator ficar tão preocupado com a sua fala, com a deixa, o momento de entrar, que muitas vezes, acaba nem ouvindo o que o parceiro de cena está falando, é o ator e não o personagem que fala, quando isso ocorre.

Diante disso é imprescindível que o ator se exercite constantemente, deve estar sempre atento, para realizar a visualização das falas, como o personagem realizaria, uma visão interna, trazendo a imagem que está “atrás” da fala e só então “entar em ação”.

Eliane Neres

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