segunda-feira, 2 de abril de 2012

O desafio de se lançar em alto mar.


O que leva um homem a deixar a terra firme para desbravar um mundo que não é dele?

Saímos de São Paulo para buscar essa resposta e encontramos outras perguntas! Um homem vai pro mar por necessidade, pra garantir seu sustento, por amor. A ida é incerta, pois o mar não da garantia de peixe.

E assim está sendo nosso processo!

A crise pessoal que o ator tem em todo processo, a crise coletiva que qualquer grupo vive, as dificuldades... O mar vem de encontro com nosso trabalho ou nós vamos de encontro ao mar? Tudo o que se passa é como o encontro do Rio com o mar, assim como pudemos ver esse final de semana em nosso laboratório, vivenciado em Ilha Comprida, no litoral sul de SP... O choque da água do rio com a água do mar é um encontro no mínimo complicado... o caminho do rio não é fácil pra encontrar o mar, o caminho é sinuoso, extenso. Assim é o nosso trabalho. Cheio de curvas, onde muitas vezes não podemos ver o que está do outro lado, muitas vezes vemos o que está do outro lado e nos encantamos tanto com aquilo que quase tombamos diante do sonho, muitas vezes a linha é reta mas o horizonte é distante. O rio tem seu curso, sabe que seu destino é o mar. Nós temos um objetivo, mas diferente do rio, não tem um destino exato, justamente pelas curvas em que tombamos ante o sonho!

O importante é seguir... O mar canta alto e cantar mais alto que ele é mais que desafio!

Como o senhor Miguel, marido de dona Araíde, moradores da aldeia de pescadores da Juréia nos disse: "A vida do pescador não é fácil, mas a gente faz por amor."

Eu, Veronica Alencar, tive momentos nesse final de semana que foram muito importantes pra mim, não só como atriz, mas como pessoa! Percebi que nossa luta tem que ser continua, objetiva, mas acima de tudo, temos que amar o que fazemos e fazer com toda dedicação, com toda a garra. Descobri que sempre vamos sair pra pescar, mas nem sempre haverá peixe e que mesmo assim teremos de superar as barreiras e nos lançar em alto mar! Não é qualquer tempestade que pode afundar um barco, há de se ter salva-vidas para nos salvar, há de se ter percepção para levar o barco para um lugar mais seguro, há de se saber que nunca se deve abandonar o barco, pois, ao entrar nele, você está criando um elo de sua vida com a embarcação, neste caso, de sua vida com a arte!

Sou imensamente grata pelo mar que me banhou!



Um comentário:

  1. Simplesmente lindas essas palavras e essa límpida e transparente emoção que você nos mostrou!

    Parabéns por cada gota de letra Veronica!

    Beijos!!

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