sexta-feira, 1 de julho de 2011

Terceiro Capítulo do Livro "Ator e Método", de Eugênio Kusnet

"A capacidade de usar a visualização é primordial na arte de teatro"

No palco devemos agir em nome do personagem, mas para que isso aconteça, é necessário saber quem é o personagem, quais são suas características. Stanislavski denomina de "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" que significa a realidade da vida do personagem, a "verdade cênica".
Uma simples omissão das "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" pode mudar todo o sentido de uma cena, ou até mesmo o espetáculo inteiro, no livro Kusnet conta uma história que aconteceu com Stanislavski, em um dos papéis que ele fazia, ele era o administrador de uma fazenda, e assim se vestiu, como um homem do campo, quando seu diretor viu, ficou indignado, pois Stanislavski tirou suas próprias conclusões do personagem, então seu diretor lhe mostrou outro trecho no texto, em que dizia para endireitar a gravata fina, e percebeu que de camponês o personagem não tinha nada. Isso aconteceu pois ele deixou de completar as "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS" com a sua imaginação.
Stanislavski oferece um elemento do método que ele chama de o mágico "SE FOSSE". Mas porquê Stanislavski chama de mágico? Bem, "SE FOSSE" é mágico, pois de alguma forma desperta a VONTADE DE AGIR, assim as "Circunstâncias Propostas" acabam sendo completadas com a nossa imaginação, presumindo assim, a aceitação simultânea da realidade - "eu o ator que sou", e do imaginário - "o personagem que, o ator, poderia ser".
Imaginar significa ver de maneira mais palpável o que nos foi dado pelas "CIRCUNSTÂNCIAS PROPOSTAS". Se eu te perguntar, o que você faria se fosse a pessoa mais milionária do mundo? Certamente você vai imaginar o que faria, e assim, vai estar fazendo uma "visão interna", que Stanislavski chama de VISUALIZAÇÃO. Então ao fazer as "circunstâncias propostas" e de usar usar o mágico "se fosse", você estará fazendo uma "visualização".
Ruth Lacerda

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